As categorias gênero e sexualidade remetem aos debates da epistemologia feminista na contemporaneidade que, a partir de Scott (1990) propõe desconstruir as narrativas generalizantes que ocultam, naturalizam e legitimam as hierarquias de poder entre os sexos. Para Scott (1990: 1), a palavra gênero em seu uso mais recente designa “uma rejeição ao determinismo biológico implícito no uso dos termos como ‘sexo’ ou ‘diferença sexual’”. Ao propor o gênero como categoria de análise, ela contribui para evidenciar a dimensão ideológica e sexista do conhecimento e põe em debate, no campo da pesquisa histórica, os usos desestabilizadores dessa categoria. Scott traz a questão da desnaturalização das diferenças entre os sexos para o campo do político, que permite pensar e desconstruir as relações de poder polarizadas entre homens e mulheres. Butler (2003) vem questionar a distinção sexo/ gênero: “gênero não está para a cultura, assim, como sexo está para a natureza” (2003: 25). Tanto sexo como gênero são construções discursivas e culturais. Para a autora gênero é “um ponto relativo de convergência entre conjuntos específicos de relações culturais e historicamente convergentes" (2003: 29). MAIS
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