24 de junho de 2013

AULAS SOBRE PROTESTOS


"Idiótes, em grego, significa aquele que só vive a vida privada, que recusa a política, que diz não à política. [...] Quer dizer, o idiota não é livre porque toma conta do próprio nariz, pois só é livre aquele que se envolve na vida pública, na vida coletiva. […]. Se pensarmos que o político não se restringe à política partidária, nem aos governos, mas diz respeito ao modo como a humanidade define seu destino, veremos que enfrentar o risco do fim do mundo é uma prioridade política. A construção da felicidade possível é uma boa pergunta, que leva em conta tanto o horizonte para o qual nos movemos, e que sempre se afasta, quanto as ameaças que vemos pairando sobre nós e que precisamos enfrentar, em vez de fingir que não existem."
Fonte: CORTELLA; RIBEIRO, 2010, p. 7-9, 100-101.



Crianças e adolescentes têm aulas sobre manifestações


Se está difícil para os adultos entenderem o que está acontecendo nas manifestações que tomaram conta do país nos últimos dias, está mais complicado ainda para as crianças e os adolescentes.

A demanda dos jovens por mais informações é tão grande que algumas escolas de São Paulo passaram a debater o tema em aulas de disciplinas como história, geografia e redação. LEIA MAIS





Professor Bernardo Fonseca Machado,, dá aula de sociologia no colégio Santa Maria e fala sobre manifestações no Brasil

Fonte: www1.folha.uol.com.br




MANIFESTAÇÕES E SIMBOLISMO 

"O homem necessita de uma vida simbólica"
Gustavo Jung







Manifestantes em Istambul, epicentro dos protestos contra Erdogan, usam máscara popularizada pelo grupo Anonymous

Fonte: operamundi.uol.com.br






Mesma máscara usada em protestos na Turquia e em outras partes do mundo cobre rosto de manifestantes brasileiros

Fonte: operamundi.uol.com.br




Protestos mostram apropriação de slogans publicitários para fins políticos

A campanha "#vemprarua", transformada em hashtag em sites de rede social como Twitter, Facebook e Instagram foi criada pela Fiat para a Copa das Confederações.

Mas a frase também saiu da internet para estampar cartazes exibidos em cidades de todo o país, ao lado de outro slogan publicitário, "o gigante acordou", que aparece em um video publicitário da marca de uísque escocesa Johnnie Walker lançado em outubro de 2011. LEIA MAIS



VEM PRA RUA 

Vem pra rua - Campanha da Fiat
www.youtube.com




O GIGANTE ACORDOU


Campanha da Johnnie Walker veiculada em 2011
www.youtube.com




www.facebook.com


"A imagem do gigante que acorda é de uma liberdade poética interessante, mas no fundo falsa. Em momento nenhum a sociedade brasileira esteve adormecida. O Movimento dos Sem Terra, o movimento negro, o movimento dos povos indígenas, entre outros, esteve atuando no país sem descanso nas últimas décadas. Por outro lado, essa mobilização tem a marca de seu tempo e, portanto, inova. Os usos das redes sociais para ampliar a organização e criar canais alternativos de informação estão sendo importantes e são novidades na história política do país."



Frases publicitárias tiveram mais de 100 mil menções em redes sociais

Fonte: http://www.bbc.co.uk





pt.wikipedia.org/wiki/V_for_Vendetta


"Muitos dos manifestantes não têm qualquer conexão com partidos políticos, então eles tomam emprestadas expressões do mundo no qual eles estão imersos- e nos últimos anos este tem sido o mundo do consumo"




"Depois de uma década de alto crescimento econômico, não surpreende a adoção de slogans que, além de ajudar a traduzir o desencanto com o sistema político, são também uma expressão do mal-estar do modelo de desenvolvimento baseado no consumo"





Professores são vários temas que podem ser explorados nas salas de aulas com os alunos: Redes Sociais, consumismo, alienação política, Anonymous, propaganda, hashtags, V de Vingança, entre outros.



ALAN MOORE









Fonte: tudo-em-cima.blogspot.com 






Houve um tempo em que o ensino da história nas escolas não era mais do que uma forma de educação cívica. Seu principal objetivo era confirmar a nação no estado em que se encontrava no momento, legitimar sua ordem social e política - e ao mesmo tempo seus dirigentes - e inculcar nos membros da nação - vistos, então, mais como súditos do que como cidadãos participantes - o orgulho de a ela pertencerem, respeito por ela e dedicação para servi-la. O aparelho didático desse ensino era simples: uma narração de fatos seletos, momentos fortes, etapas decisivas, grandes personagens, acontecimentos simbólicos e, de vez em quando, alguns mitos gratificantes. Cada peça dessa narrativa tinha sua importância e era cuidadosamente selecionada.

Essa maneira de ensinar a história foi se tornando menos necessária à medida que as nações foram percebendo que estavam bem assentadas e cessaram de temer por sua própria existência. Nos países ocidentais, o fim da Segunda Guerra Mundial foi o marco de uma etapa importante. O resultado da guerra foi percebido como a vitória da democracia, uma democracia cujo princípio não se discutia mais a partir de então, mas que precisava agora funcionar bem, ou seja, com a participação dos cidadãos, como manda o princípio democrático. A ideia de "cidadão participante" começou a substituir a de "cidadão-súdito" . O ensino da história não deixou de ganhar com isso. Ao contrário, viu a função de educação para a cidadania democrática substituir sua função anterior de instrução nacional. LEIA MAIS 









Anonymous

Bandeira do movimento. O homem de traje formal e sem cabeça representa a ausência de dirigentes.

pt.wikipedia.org


Um membro segurando um panfleto do Anonymous durante a Occupy Wall Street, um protesto que o grupo apoiou ativamente. 17 de Setembro de 2011
pt.wikipedia.org




Indivíduos aparecem em público como Anonymous, vestindo máscaras de Guy Fawkes, popularizadas pela HQ e filme V for Vendetta (Los Angeles, fevereiro de 2008).
pt.wikipedia.org



A necessidade da política

Com o desânimo em relação à política, alguns podem até duvidar de suas necessidade. No entanto é possível justificar sua existência com argumentos, como: 
  • Só é possível realizar plenamente nossa natureza como seres humanos ao se viver em uma polis e participar da política;
  • A política é uma atividade essencial para uma boa qualidade de vida;
  • As leis da polis e a prática da cidadania incutem bons hábitos, formam o bom caráter e colocam no caminho da virtude cívica,
  • A política é uma expressão de nossa natureza humana, uma oportunidade para expandir nossas faculdades, um aspecto essencial da vida de qualidade.
Em suma, os propósitos da política são: 
  • formar bons cidadãos e cultivar o bom caráter;
  • cultivar a virtude dos cidadãos;
  • melhor deliberar sobre o bem comum.
Fonte: Introdução aos Direitos Humanos e ECA para Educadores -1ª Edição, 2013 




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