PROFISSÃO FANTASMA
Não existem historiadores, apesar de existirem várias profissões, algumas bem recentes, como as de bombeiros civis, mototaxistas, motoboys e turismólogos. Mas historiador não existe, pelo menos no Brasil.
Tal ausência não se deve, contudo, aos que pensam ser historiadores, e que ao longo da vida conseguiram iludir entidades de pesquisa e obter bolsas de estudo, trazendo contribuições relativamente significativas ao conhecimento histórico. O Brasil tem hoje uma das maiores comunidades científicas de estudiosos de história, como atestam congressos que recebem historiadores do mundo todo. Professores, pesquisadores e estudantes de história têm combatido nos últimos 45 anos para regulamentar o que pensam ser sua profissão. Nove projetos de lei entraram na Câmara dos Deputados nas últimas quatro décadas, caindo no esquecimento ou recebendo parecer negativo de parlamentares dos mais variados partidos políticos.
Em agosto de 2009, um senador encaminhou pela primeira vez proposta neste sentido ao Senado Federal, e aí a coisa caminhou. O projeto foi aprovado e encaminhado à apreciação da Câmara dos Deputados. Em julho último, em cartas à Câmara, duas importantes entidades científicas manifestaram-se contra o reconhecimento da profissão. Temem que disciplinas como história da medicina, história da ciência, história da biologia sejam sacrificadas quando oferecidas por docentes sem formação em história. Pedem maior discussão nacional sobre o assunto, o que alargaria os já 45 anos de espera dos aspirantes a historiador.
Laura de Melo Souza
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