Desde as décadas de 60 e 70 o ensino da Matemática vem sofrendo várias transformações, destacando-se nesta última década a Etnomatemática como uma prática pedagógica alternativa. O termo Etnomatemática foi proposto em 1975, por Ubiratan D’Ambrósio para descrever as práticas matemáticas de grupos culturais, sejam eles uma sociedade, uma comunidade, um grupo religioso ou uma classe profissional.
Essa prática pedagógica estuda o contexto sociocultural dos alunos, valorizando o conhecimento prévio dos mesmos na construção de significados caracterizado pelo conteúdo proveniente da experiência pessoal, aproximando o conteúdo matemático com a realidade. De acordo com o Parâmetro Curricular Nacional de Matemática:
[...] Do ponto de vista educacional, procura entender os processos de pensamento, os modos de explicar, de entender e de atuar na realidade, dentro do contexto cultural de cada indivíduo. A Etnomatemática procura partir da realidade e chegar à ação pedagógica de maneira natural, mediante um enfoque cognitivo com forte fundamentação cultural (BRASIL, 2001, p. 23).
Etnomatemática
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(...) Os alunos trazem para a escola conhecimentos, ideias e intuições, construídos através das experiências que vivenciam no seu grupo sociocultural. Eles chegam a sala de aula com diferenciadas ferramentas básicas para, por exemplo, classificar, ordenar, quantificar e medir.
(BRASIL, Parâmetros Currículares de Matemática, 2001, p. 30).
"A busca natural de uma explicação para realidade na qual o indivíduo está inserido leva-o a essa compulsão para saber, para esclarecer a ordem cósmica e natural, e para desvendar as forças que permanentemente o informam sobre o curso da realidade, impactando-o em direção a uma ação incessante."
(D’AMBROSIO, Ubiratan. Etnomatemática Arte ou Técnica de Explicar e Conhecer. 4
ed. São Paulo: Ática, 1998. pg. 39)
"O aprendizado das crianças começa muito antes de elas frequentarem a escola. Qualquer situação de aprendizado com a qual a criança se defronta na escola tem sempre uma história prévia. Por isso é importante uma boa experiência de vida."
(ROSA NETO, Ernesto. Didática da Matemática. São Paulo: Ática, 1998. pg. 43)
Numa reflexão sobre o ensino da matemática é de fundamental importância ao professor: [...] conhecer a história de vida dos alunos, sua vivência de aprendizagens fundamentais, seus conhecimentos informais sobre um dado assunto, suas condições sociológicas, psicológicas e culturais.
(BRASIL, Parâmetros Currículares de Matemática, 2001, p. 37).
"A contextualização do saber é uma das mais importantes noções pedagógicas que deve ocupar um lugar de maior destaque na análise da didática contemporânea. Trata-se de um contexto didático fundamental para a expansão do significado da escola. O valor educacional se expande na medida em que o aluno compreende os vínculos do conteúdo estudado com um contexto compreensível por ele."
(PAIS, Luis Carlos. Didática da matemática: uma analise da influência francesa. 3 ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2001. pg. 27)
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